quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Descobriram o Brasil



Terra à vista! E a prazo também. O que são vários pontinhos vermelhos no meio da floresta? Uma civilização “perdida” que sonha em nunca ser “achada”. Os índios isolados, como chama a FUNAI, foram vistos. Mas que azar! Vamos reconhecer, não é fácil passar mais de 500 anos escondido, temos que respeitar essa sábia atitude e estratégia. Mas sabemos que não é isso o que acontece, então... Sejam bem-vindos (\o/) novos habitantes desse mundo em que já vivem, mas ainda não conhecem. Sintam-se à vontade. Nosso mundo é diferente do de vocês, confesso, mas nem se assustem, é fácil de se acostumar. Vou tentar ajudá-los um pouco, afinal, como bom brasileiro, sei receber bem as pessoas que vem de fora, mesmo vindo de dentro. Primeiro, caros amigos, terão que tirar o registro de nascimento. É um pedaço de papel que todo mundo perde, mas prova que você é gente, à priori. Depois você tira a identidade. Essa é ótima. É um pedaço de papel mais “duro” onde você coloca sua foto (desenho bem feito da sua cara) que certamente será sua reprodução mais feia desde a ultrassom (vídeo do curumim antes de ser curumim). Mas, após você ter sido fichado de todas as maneiras, vem o melhor de todos os documentos (um mói de papel que tu vai passar o resto da vida tirando: para casar, separar, morrer...): o Título de Eleitor. Esse é o meu preferido. A prova maior da democracia menor. Podemos escolher, amigos “isolados”, quem irá nos governar. Aposto que não tem isso na aldeia. Duvido ter propaganda política de caciques, partidos e ainda mais...Dinheiro na tanga. Tem? Crise. Tem? A última que teve por aqui deixou muita gente desempregada: o hífen, o trema, pobres coitados, passaram a vida toda fazendo a mesma coisa. E agora, o que vão fazer? Talvez virar um acento, um assento, ou uma vírgula, ainda não sabemos. Mas não se preocupem, isso acontece raramente e o melhor, esquecemos rapidinho. Ta vendo que aqui é massa. É tudo diferente, bem evoluído, somos de primeiro submundo. Aqui somos todos livres dentro da gaiola. Canários cantando canalhices. Privilegiados esquecidos e consumidos amiúde, de forma rude, mas bem suave. O cuspe que vem de cima nos ajuda a passar com facilidade pelas brechas da hipocrisia e rapidamente estamos todos iguais, numa linda noite de lua velha onde balas riscam o céu e derrubam as estrelas carentes. Mais uma vez, sejam bem vindos a esse nosso imenso Balaio Furado.

9 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Do meu conforto ele é o dono
    Sem ele não há sono.

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  3. mto legal teu texto tiago, todos dançam uma música de péssimo arranjo e se consideram discípulos de mozart...hheee
    os que forjam o natural.......

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  4. "somos todos livres dentro da gaiola"

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  5. me enche de orgulho!

    pra um primeiro comentário só digo isso. :)
    parabéns, par.

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  6. ehhhhhhhhhhhhh
    gentiiiiiiiiil
    eeeeeehhh

    =D

    ta massa

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  7. muito bom lindo!
    que venham mais textos..
    :*

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  8. muito bom, muito bom mesmo.
    adorei .. =)

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