sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quando der o exemplo, use camisinha.


Oh vida dura. Honduras. E de lá, podemos ouvir os latinos latindo. Cão que ladra não morde, mas acorda a vizinhança e vira notícia. E dentre todos, o que parece ter levantado mais atordoado e com raiva foi o nosso presidente. Esse sim é brasileiro, não pode ver um barraco. Deixa disso Lula. Cada qual no seu canto e esse canto ta desafinado demais. Chama o Obama. Ele num foi eleito presidente do mundo? Então. Inventa arma química, invade e bota ordem no pardieiro. Não é assim que a banda toca? Ou mudou o repertório?

“Extra, extra. Brasil fecha mais um negocio de importação. Ainda não se sabe quanto vamos ganhar, além de uma vaga no céu, claro”.

Nossa mania de importar não para. Já importamos contêineres de lixo da Inglaterra, guerra no Haiti, um monte de enlatados dos EUA e agora chega mais um: Mané Zelaya. O chamo assim porque daqui a pouco vai ser exilado nosso mesmo, é bom abrasileirá-lo logo. A verdade é que se Lula tivesse tido a metade da indignação de agora nos casos “Sarney”, “Renan” e outros mais, ele estaria sim, de fato, fazendo um excelente negócio para o país. Falando em negócio e indignação, por onde anda o Hugo Chávez? Já voltou do feirão da ASFARC onde comprou mísseis de todo tipo? Ele, que não é besta, apesar de ser uma chave, ficou na moita. Viu que já tinha um bode expiatório, meio vesgo é verdade, mas que berra para todo lado. Mas vamos deixar a chave no chaveiro. O importante é que o Brasil mantém sua fama de goleiro no momento do pênalti e estar sempre de braços abertos. Quando não podemos trazer nossos amigos para cá, abrimos as nossas portas de lá. Meio lastimável, porém uma atitude muito amável. Nossa embaixada é sua Mané. Não se incomode em levar 300 amigos para lá. Fiquem à vontade. Se quiserem, a receita da caipirinha ta na gaveta de baixo, ao lado da lista com os telefones das mulatas sambistas. A água, a luz e o telefone estão cortados, só pra lembrar que a embaixada é mesmo brasileira. Desse jeito, é mole viver em Honduras. Enquanto isso, no Sem-lado Federal, é aprovado mais um aumento no salário dos judiciários. Justo. Não é fácil fazer uma justiça tão esculhambada quanto essa. É preciso muito empenho e desdenho para tanto. Ta vendo Lula, tu fica dando uma de “Capitão América”, cuidando do mundo, e esquece do próprio fundo. Quando for dá exemplo, vê se usa camisinha, se não engravidamos de aumentos de salários, crises e outros genes não-recessivos, porém abusivos.

Salvem a Ama-zona!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Bem-vindos a...

Imagem: Américo Nunes


Nada como uma novela após a outra para nos distrair e preencher nossa demência. Dizem que já é cultural, mas ainda acho que é funcional, mais precisamente, mercadológico. É lógico. E vamos deixar de vez de ser cetpicistas mal humorados que querem que esses pobres folhetins digitais sejam para educar e conscientizar a população de que a consciência humana...

Ah, quanta hipocrisia. Eles são feitos pra alienar sim. Isso é ruim? Claro que não. Há quem diga que os alienados vivem muito melhor que os “compenetrados”. Para quê ficar assistindo a jornais, vendo a merda toda virar boné, vendo as mulheres sendo enterradas em paredes (já vi isso em um filme). Saber que Brasília é um cadáver que fede cada dia mais, para quê?

Vamos embarcar nesse carrossel e fazer de conta que ele vai para o céu. Ao som da Bossa Nova, claro, a trilha que se encaixa em todas as classes. É sim. Do Leblon ao morro. Empresários e faxineiros. Todos se deleitam ao som de Tom e Vinícius. Funk? Não. Somos uma sociedade evoluída musicalmente, nossos ouvidos só saboreiam harmonias complexas e letras prolixas.

“O barquinho vai e a tardinha cai.”

Ah como é bom acordar de manhã, tomar o café do hotel e sair. Para onde? Praia é óbvio. Ipanena, vôlei na areia, água de coco e garotas desfilando em biquínis que não lhe cabem. Para as mulheres tem também. Executivos de sucesso, mostrando seus tríceps suados, verdadeiros quadrúpedes, mas não faz mal, estão em Ipanema. Depois vou dar uma volta de helicóptero, sobrevoando todo Complexo do Alemão, onde todos os moradores, claro, estão reunidos ouvindo o quê? Bossa Nova! Ah... se o Tom fosse vivo. Certamente estaria no auge de sua turnê: Rossinha, Vidigal, Alemão e Cidade de Deus.

“Ela é carioca, basta o jeitinho dela andar”.


Ah as mulheres. Todas belas, tão bem sucedidas em suas profissões de... de... enfim, bem sucedidas, é o que importa. Sempre vivendo intensas paixões, frutos de amores absurdamente poéticos e fabulosos.

Sejamos sinceros, esse mundo é bem melhor do que aqueles que os jornais e revistas inventam. Vamos todos migrar para dentro de “Manecolândia” e deixar nosso rei Manoel Carlos nos guiar. Vida longa ao Rei!

Brasil, bravo e breve/ Meu país novela/ Quem sair por último/ Favor apague a vela.

Salvem a Ama-zona!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

09.09.09


Hoje é um dia de muita sorte, ideal para realizações de casamentos, esse matrimônio tão sonhado e temido. Que dia lindo, perfeito para comemorações. Ah! Esqueci de dizer, isso é na China, ok? Por aqui a língua é outra e o sentido também. Recém saídos do enfadonho feriado onde comemoramos a compra da nossa Independência, ainda bêbados pelos valores dos submarinos e aviões que nosso presidente comprou ao simpático Sarkosy, recebemos um bombardeio aéreo. Apenas uma réplica nesse debate homem x natureza, onde o mediador abandonou o barco e deixou os dois se virarem sozinhos. Afinal, já são adultos suficientes para resolver suas diferenças na conversa. Ele que pensa. Não passam de duas crianças mimadas brigando o tempo todo.

Madrasta Natureza:
- Eu cheguei primeiro.

Sem Ser Humano:

- Mas eu também quero brincar.

- Buá, buá, buá! Ele jogou um raio em mim e alagou minha casa.

Madrasta Natureza:

- Foi você quem começou, só fiz descontar.

“Bombeiros encontram corpos das 3 crianças desaparecidas em Osasco.”

“Com risco na estrutura, mais de 7 mil abandonam a própria casa em SC após chuvas”

E tome revide. Há quem duvide, mas sabemos que é assim. Como já ouvi por aí: “O mundo vai acabar antes do fim do mundo”. Exato. Frase perfeita. De fato, não vai dar tempo do mundo curtir sua velhice, vamos sacrificá-lo antes, como um animal que agoniza e pede para ser abatido. Como bandidos. É assim que agimos. Assaltantes a mão armada e mente amarrada em empreendimentos, resorts lindos em praias que não pairam mais no chão que lhes é de direito. Defeito. De fábrica, das nossas fábricas que chamamos carinhosamente de escolas. Esmola. É isso que recebemos das empresas que poluem essa estufa abafada e cinzenta.

“EXCLUSIVO: No dia da Mata Atlântica poucos motivos para comemorar – redução do bioma é de quase 8%.”

O Brasil entrou de cabeça na Globalização, mas esqueceu de levar o capacete. Importamos tufões, furacões, tornados. Que país moderno. Vestimos terno, agora somos chics, ficamos até bonitos. O primo pobre ficou rico. Emprestamos dinheiro, coordenamos missões de paz. Nem precisava continuar liquidando a Amazônia.

- Apenas nessa quarta-feira, não percam. Queima total de estoque!

A fartura é grande. A fatura e a fratura também. “O pré-sal vai nos salvar”. E depois, claro, vai nos salgar mais um pouco os olhos.

- É a nossa chance. Estamos ricos. Mulher faz as malas que vamos viajar.
- Mas pra onde?
- Para o fundo do mar. Seis mil metros de profundidade.
- Oba! Vou pegar o biquíni...
Salvem a Ama-zona!