quarta-feira, 9 de setembro de 2009

09.09.09


Hoje é um dia de muita sorte, ideal para realizações de casamentos, esse matrimônio tão sonhado e temido. Que dia lindo, perfeito para comemorações. Ah! Esqueci de dizer, isso é na China, ok? Por aqui a língua é outra e o sentido também. Recém saídos do enfadonho feriado onde comemoramos a compra da nossa Independência, ainda bêbados pelos valores dos submarinos e aviões que nosso presidente comprou ao simpático Sarkosy, recebemos um bombardeio aéreo. Apenas uma réplica nesse debate homem x natureza, onde o mediador abandonou o barco e deixou os dois se virarem sozinhos. Afinal, já são adultos suficientes para resolver suas diferenças na conversa. Ele que pensa. Não passam de duas crianças mimadas brigando o tempo todo.

Madrasta Natureza:
- Eu cheguei primeiro.

Sem Ser Humano:

- Mas eu também quero brincar.

- Buá, buá, buá! Ele jogou um raio em mim e alagou minha casa.

Madrasta Natureza:

- Foi você quem começou, só fiz descontar.

“Bombeiros encontram corpos das 3 crianças desaparecidas em Osasco.”

“Com risco na estrutura, mais de 7 mil abandonam a própria casa em SC após chuvas”

E tome revide. Há quem duvide, mas sabemos que é assim. Como já ouvi por aí: “O mundo vai acabar antes do fim do mundo”. Exato. Frase perfeita. De fato, não vai dar tempo do mundo curtir sua velhice, vamos sacrificá-lo antes, como um animal que agoniza e pede para ser abatido. Como bandidos. É assim que agimos. Assaltantes a mão armada e mente amarrada em empreendimentos, resorts lindos em praias que não pairam mais no chão que lhes é de direito. Defeito. De fábrica, das nossas fábricas que chamamos carinhosamente de escolas. Esmola. É isso que recebemos das empresas que poluem essa estufa abafada e cinzenta.

“EXCLUSIVO: No dia da Mata Atlântica poucos motivos para comemorar – redução do bioma é de quase 8%.”

O Brasil entrou de cabeça na Globalização, mas esqueceu de levar o capacete. Importamos tufões, furacões, tornados. Que país moderno. Vestimos terno, agora somos chics, ficamos até bonitos. O primo pobre ficou rico. Emprestamos dinheiro, coordenamos missões de paz. Nem precisava continuar liquidando a Amazônia.

- Apenas nessa quarta-feira, não percam. Queima total de estoque!

A fartura é grande. A fatura e a fratura também. “O pré-sal vai nos salvar”. E depois, claro, vai nos salgar mais um pouco os olhos.

- É a nossa chance. Estamos ricos. Mulher faz as malas que vamos viajar.
- Mas pra onde?
- Para o fundo do mar. Seis mil metros de profundidade.
- Oba! Vou pegar o biquíni...
Salvem a Ama-zona!

2 comentários:

  1. Nossa! Quantas críticas bem fundamentadas!

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  2. Gostei,ficou bem louco e bem maneiro,PQ como a Aline falou,vocÊ faz uma serie de criticas,de uma maneira bem irreverente...gostei!!!!

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