quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Serve dor?

Nossa. Estou aqui parado a horas nesse mundo e nada acontece. Quem merece tanta ausência e nenhum fato? Eu, um rato olhando pra ratoeira. Me perguntando se morreria na segunda ou na primeira vez em que ela disparasse. Não sei o que fazer com essa tonelada de tempo sobre minha coluna nada social. Presente ou castigo? Nem ligo. Não mudaria em nada mesmo. Ou melhor, o nada não mudaria de mim. Que mundo é esse, meu deus? É seu? Não? De quem é? Essas pessoas todas me olhando, mas que não me vêem. Não falam. Quantas páginas, mais uma, outra e outra. Nada acontece. Todos parecem estar aqui, mas ninguém aparece. O sol desce, a lua sobe, e a luz não muda, não escurece, fica tudo como esteve o dia inteiro. Um viveiro de gente morta. A porta não abre. O quarto não abre. A parede segura a rede. Essa não cai. Se caísse poderia tudo mudar. Os carros sairiam de casa e poluiriam nosso ar. Buzinas, acidente. Ocidente e oriente. Nada e nada. Mas agora já sei. A culpa é da parede que não deixa a rede cair. Ou melhor, a culpa é do pedreiro que construiu a parede. Quer dizer, a culpa é do engenheiro que planejou essa construção. Ou do homem que mexeu o cimento, ou da empresa que produziu o cimento, ou de quem comprou o cimento. Ah, lamento. Mas não te suporto mais mundo. Pronto, me desconectei de você. Por hoje, adeus INTERNET.


Salvem a Ama-zona!

Salvem o Perneta Terra!

5 comentários:

  1. Intrigante texto, cara... dá pra perceber que há um certo incômodo em permanecer no mesmo lugar, parado, inerte e que parace também que as coisas em volta, não possuem utilidade, não aquela utilidade que nos faria melhor!

    Um rato "virtual" olhando pro monitor como uma ratoeira digital esperando pra lhe matar... rs.

    Intrigante, e muito bem escrito!

    Abs

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  2. Qualquer coisa é trivial.

    Se está parado.

    Foge do banal,

    Até a chuva ou o vento,


    Quando está em movimento.

    Prefiro correr contra o tempo, a favor do Tempo.

    Ótimo texto, alma! Já pensei o mesmo tantas e tantas vezes...

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  3. Que texto incrível! Estou fuçando e achei essa preciosidade! Adorei!

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  4. No fundo, eu sabia que esse blog era teu. Sabia. Parabéns!

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